Mitos Sexuais – Parte 1

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Atualmente, a sexualidade apresenta-se como uma das temáticas mais intrigantes e enigmáticas, apesar de toda a sua complexidade. Contudo, existem muitas ideias erróneas associadas a este assunto, que são, muitas vezes, causa de infelicidade e sofrimento na vida sexual, assim como a causa do aparecimento ou manutenção de problemas sexuais e/ou relacionais. Consequentemente é essencial compreendermos e “deitarmos por terra” alguns destes mitos, na medida em que muitas vezes este poderá ser o caminho para uma sexualidade saudável. Não se esqueça que o conhecimento é importante para a vivência de uma sexualidade saudável e satisfatória

As mulheres atingem o orgasmo apenas com a penetração.

FALSO: A sexualidade feminina é complexa. Por exemplo, existem mulheres que conseguem alcançar o orgasmo através da penetração, outras recorrendo ao uso de fantasias sexuais, mas diversos estudos demonstraram que a maioria das mulheres necessita da estimulação adicional do clítoris para alcançar o orgasmo, seja durante a penetração ou noutras atividades sexuais (e.g. sexo oral, sexo anal, masturbação).

Usar 2 preservativos é mais seguro do que usar somente um.

FALSO: A utilização de dois preservativos ao mesmo tempo é perigosa, na medida em que poderá criar fricção entre eles, aumentando a probabilidade de rebentarem e, consequentemente, aumenta a probabilidade de uma gravidez indesejada ou de contrair uma Infeção Sexualmente Transmissível.

A mulher não engravida se tiver relações sexuais de pé.

FALSO: Mito frequente. A mulher pode engravidar independentemente da posição sexual que adotar. Para tal, basta o sémen entrar em contacto com a área vaginal e a mulher encontrar-se no período fértil.

É frequente os adolescentes iniciarem a sua vida sexual por medo de serem abandonados pelo/a parceiro/a.

VERDADE: Estudos apontam que é frequente os adolescentes referirem ter tido relações sexuais porque se não o fizessem o(a) parceiro(a) acabaria com a relação, ou porque os outros iriam pensar que não era suficientemente homem/mulher. Todas estas ideias impedem os adolescentes de viver e valorizar a sua sexualidade de forma integral, fazendo com que respondam ao medo que sentem e à pressão dos outros. A sexualidade deve ser vivida num espaço de conhecimento e partilha mútuas, onde a comunicação, sentimentos e expressões de afeto sejam uma constante, associado aos valores e decisões de cada um em como viver e experienciar a sua sexualidade.

As mulheres adoram homens com pénis grandes.

FALSO: Estudos apontam que as mulheres preferem pénis mais grossos em detrimento do comprimento, até porque, para além do clítoris, o primeiro terço da vagina é a parte mais sensível da mulher.

O coito é perigoso para o feto.

FALSO: Desde que não exista restrição médica, a relação sexual durante a gravidez é completamente segura.

Ter relações sexuais durante a menstruação não é saudável.

FALSO: O sexo durante a menstruação pode ser igualmente prazeroso para a mulher. De fato, o fluxo menstrual não diminui nem retira a sensibilidade dos parceiros sexuais.

Se um homem perde a ereção é porque não acha a parceira atraente – já não sente desejo por ela.

FALSO: O homem pode perder a ereção por variadíssimas razões (uns comuns na adolescência, outros na vida adulta e outros na terceira idade) que em nada tem a ver com sentir mais ou menos desejo pela parceira (e.g. ansiedade de performance, cansaço, stress emocional, problema sexual).

Sexo é sinónimo de penetração pénis-vagina.

FALSO: O sexo é muito mais que a penetração pénis-vagina, envolvendo outras atividades sexuais, como a masturbação, sexo oral, sexo anal. Contudo, para um número significativo de indivíduos, o sexo aparece associado, unicamente, à penetração pénis-vagina e à penetração anal. Por exemplo, num estudo realizado em 2003 (Randall & Byers, 2003) com 164 estudantes universitários, sobre quais os exemplos de “ter sexo”, aproximadamente 98% dos participantes considerou a penetração pénis-vagina, 83% a penetração anal, 21%-23% referiu o sexo oral e somente 4% considerou a masturbação como um exemplo de “ter sexo”. Em outra investigação, com 477 estudantes universitários, aproximadamente 98% referiu que a penetração pénis-vagina era sinónimo de “sexo”, enquanto 78% relatou como sinónimo de “sexo” a penetração anal, sendo que 19% e 8% dos participantes fizeram referência ao sexo oral e à masturbação, respetivamente, como comportamentos sinónimos de “sexo”.  

A gravidez não deve ser usada para melhorar a relação de casal.

VERDADEIRO: Não é através de uma gravidez que o relacionamento vai melhorar ou que se possa conseguir as mudanças desejadas no outro. Por vezes, a gravidez, longe de unir o casal, poderá transformar-se numa situação de angústia e dor que provoque o efeito que se deseja evitar, pudendo envolver, injustamente, um terceiro elemento – o bebé, que poderá nascer num ambiente de sofrimento e stress.

Os casais devem conseguir alcançar o orgasmo simultâneo.

FALSO: Os orgasmos simultâneos são raros, mas muitos casais têm sofrido devido a este mito. De facto, os media sugerem que para se ser um “bom amante” é necessário que os indivíduos satisfaçam o(a) parceiro(a), e que experienciem o orgasmo em cada encontro sexual, fazendo ênfase aos múltiplos orgasmos e ao orgasmo simultâneo. Consequentemente, como forma de não desapontarem ou magoarem o seu parceiro(a), nem colocarem em causa a competência sexual do mesmo, os indivíduos poderão ter maior tendência para sabotarem a comunicação (Darling & Davidson, 1986).

Fonte: entremulheres



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7 comentários a “Mitos Sexuais – Parte 1”
  1. Avatar de Andreia
    Andreia

    Sou uma rapariga jovem de apenas 24 anos, e ter relaçoes Sexuais nao me diz nada são poucas vezes em que consigo ter prazer ,maior parte das as vezes tenho relaçoes so para dar prazer ao meu marido, e durante a relaçao sinto dores e mesmo depois de “acabar-mos” .
    Porque que esta situação se passa comigo,posso ter algum problema?

    1. Avatar de Planeamento Familiar

      De facto a situação que relata não é de todo comum, no entanto existem várias mulheres que não têm desejo sexual, por várias razões.
      O que lhe podemos sugerir nesta situação será consultar o seu médico de família e posteriormente um ginecologista para fazer uma bateria de testes para verificar que não há qualquer problema.

  2. Avatar de clara
    clara

    bom dia, tenho 30 anos e tenho muitas duvidas relativamente ao sexo. A minha ultima mestruaçao veio dia 31/10/2011. Tive relaçoes protegidas no dia 25/11/2011. Ate ao momento o meu periodo nao vem. O que se passa? É possível uma gravidez?será que estava no periodo fértil?

    1. Avatar de Planeamento Familiar

      Se estava em período fértil, sim, pode ser possível. Sugerimos a leitura de http://www.planeamentofamiliar.com/periodo-fertil-da-mulher-quais-os-dias/
      No entanto um atraso menstrual não significa necessariamente que esteja grávida. Sugerimos a leitura de http://www.planeamentofamiliar.com/menstruacao-atrasada-atraso-menstrual/

  3. […] a discussão em termos do tema “Mitos Sexuais”. Se perdeu a primeira parte, atualize-se aqui, para depois poder dar continuidade com esta segunda […]

  4. Avatar de sara serra
    sara serra

    bom dia e bom ano novo,
    eu tomo a diane 35 há 5 anos. Já aconteceu interromper um mês a toma durante este período todo.

    Desta vez parei a toma durante 2 meses, e recomecei a toma no 1º dia da menstruação, como sempre fui aconselhada a fazer. A menstruação demorou um pouco até cessar aí uns 7-8 dias e depois no fim da segunda/início da terceira semana acordei com uma pequenina hemorrogia, o sangue é claro e em pequenas quantidades. É isso a hemorrogia disrupcional? É normal? quantos dias é normal durar?

    os meus cumprimentos e agradeço a atençao dispensada,

    1. Avatar de Planeamento Familiar

      Pequenos sangramentos antes ou após a menstruação podem ser consideradas normais. Sugerimos a leitura de http://www.planeamentofamiliar.com/manchas-de-sangue-antes-ou-depois-da-menstruacao/