A esterilização é o método de planeamento familiar mais escolhido pelos casais em que as mulheres têm mais de 30 anos. Quando se efectua a esterilização numa mulher, cerca de 2 % engravidam nos 10 primeiros anos seguintes. O risco de gravidez é inferior a 1 % se a esterilização for feita no homem.
A esterilização deverá ser sempre considerada como algo definitivo. No entanto, há uma operação que volta a ligar os tubos apropriados (reanastomose), para recuperar a fertilidade. A reanastomose é mais complexa e tem menos probabilidades de ser eficaz nos homens do que nas mulheres. Nos casais, o índice de gravidezes é de 45 % a 60 % depois da reanastomose no homem e de 50 % a 80 % depois da reanastomose na mulher.
Os homens são esterilizados mediante uma vasectomia (cortam-se os vasos deferentes, ou seja, os tubos que transportam o esperma desde os testículos). A vasectomia, feita por um urologista no seu consultório, requer cerca de 20 minutos e só precisa da administração de um anestésico local. Através de uma pequena incisão no escroto, extrai-se um pedaço de cada vaso deferente e faz-se uma laqueação das extremidades abertas dos tubos. O homem deverá utilizar um método contraceptivo durante algum tempo; de facto, não é considerado estéril até cerca de 15 ou 20 ejaculações depois da operação, porque nas vesículas seminais fica armazenada grande quantidade de esperma. O homem é considerado estéril quando um teste de laboratório confirma que as ejaculações não têm esperma. As complicações da vasectomia incluem uma hemorragia (em menos de 5 % dos casos), uma resposta inflamatória à saída do esperma e uma reanastomose espontânea (em menos de 1 %), em geral, pouco depois da intervenção. Uma vez feita a intervenção, a actividade sexual, com contracepção, pode ser iniciada de imediato se o homem o desejar.
As mulheres são esterilizadas através de uma laqueação das trompas (cortar e unir ou obstruir as trompas de Falópio, que transportam o óvulo dos ovários para o útero). Por ser mais complicada que a vasectomia, a laqueação das trompas exige uma incisão abdominal sob anestesia local ou geral. As mulheres que acabam de dar à luz podem ser esterilizadas de imediato depois do parto ou no dia seguinte, sem permanecerem no hospital mais do que o habitual. A esterilização também se planifica com antecedência e pode ser feita como uma cirurgia electiva.
A esterilização feminina também se faz com a técnica cirúrgica da laparoscopia. Introduz-se um tubo fino, chamado laparoscópio, por uma pequena incisão até dentro do abdómen da mulher; com esta técnica as trompas podem ser seccionadas e as suas extremidades fechadas. Outra alternativa é empregar um cauterizador (instrumento que produz corrente eléctrica para cortar tecido) para coalescer cerca de 3 cm de cada trompa. A mulher costuma voltar para casa nesse mesmo dia. Cerca de um terço das gravidezes que acontecem depois de um laqueação das trompas são gravidezes tubárias. Por outro lado, até 6 % das mulheres apresentam complicações menores depois de uma laparoscopia, mas menos de 1 % tem complicações importantes, como hemorragias ou perfurações do intestino.
Técnicas de esterilização Seccionam-se os ovidutos da trompa de Falópio (tubo que transporta o óvulo dos ovários até ao útero) e obstruem-se ou faz-se uma laqueação para que o esperma não possa alcançar o óvulo e fertilizá-lo.
Podem ser empregues diversos dispositivos mecânicos, como fitas de plástico e pinças com mola, para obstruir as trompas de Falópio em vez de as cortar. A esterilização é mais fácil de reverter quando são usados estes elementos pelo facto de lesarem menos o tecido. No entanto, a esterilização apenas reverte em cerca de três quartos das mulheres que se submetem à referida intervenção, inclusivamente quando se utilizam técnicas cirúrgicas microscópicas.
Por vezes, a extracção cirúrgica do útero (histerectomia) e talvez a dos ovários (ooforectomia) são feitas também como técnicas de esterilização. Quando existem outros problemas crónicos com o útero, a histerectomia é a técnica de esterilização mais conveniente. As complicações, incluindo a perda de sangue, são mais graves depois de uma histerectomia do que depois de uma laqueação das trompas e a permanência no hospital é mais prolongada. As vantagens, a longo prazo, compreendem a completa eficácia da esterilização, a ausência de alterações menstruais e a eliminação de qualquer possibilidade de desenvolver cancro do útero.
Fonte: manualmerck
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