Não há como fugir

Não fiques a martelar na seca que é quando o período aparece, tenta perceber que ele é indispensável na tua vida. Vamos explicar-te porque é que as mulheres, durante a maior parte da sua vida, e uma vez por mês, sofrem deste desatino.

O início

Ninguém sabe muito bem porque se inicia a menstruação. A única coisa que se sabe é que resulta da conjugação de influências hormonais e químicas no interior do organismo. No fundo, é uma misturada de células e corpos que andam a passear dentro de nós. Não se pode prever com exactidão o início do período, mas fica a saber que existe uma certa tendência familiar. Se com a tua mãe as coisas começaram cedo, é provável que contigo aconteça o mesmo. A idade média de inicio situa-se por volta dos 11 anos. Mas voltamos a lembrar que cada rapariga é um caso. Só existe uma regra geral quando se fala em menstruação: quanto mais cedo começa, mais tarde acaba. A primeira costuma ser de cor acastanhada.

Dói-me tanto a barriga

Quando o período entra em acção, lá vêm todas aquelas más disposições e dores de barriga. Realmente, não se pode dizer que estar menstruada seja muito agradável. Mas há que encarar as situações com naturalidade e bom humor. Aliás, uma das coisas que nos acontece é alterar constantemente de humor. Além disso, a sensibilidade está mais do que à flor da pele. Basta o teu namorado dizer que não gosta dos brincos que compraste e a torneira abre-se. É uma choradeira a noite toda. Cada período reafirma a tua feminilidade. Ele deve ser motivo de confiança e não uma causa de depressão ou sentimento de incapacidade. Deves também valorizar esses momentos, porque são um sintoma de que o teu corpo funciona bem. Ou não sabias que a menstruação dá saúde e faz crescer? Repara bem: previne doenças do coração, protege o útero e deixa as células nutridas.

E esta, hein? Nada de pensar em dores mesmo antes da menstruação aparecer, senão ainda é pior. Alem destes sintomas emocionais, também existem os físicos. Dor nos ovários e o peito dolorido são os mais comuns. Mas tudo se resolve com alguns truques.

Beber muita água e comer alimentos verdes é uma alternativa. Podes também experimentar colocar uma bolsa de água quente em cima da barriga, ou ainda beber um chá de camomila. Com certeza já ouviste dizer que a pílula também ajuda, e sabes que mais? É mesmo verdade. Ela reduz de facto as dores menstruais. Não é óptimo? Psst… Não saias já a correr para comprar. Consulta um ginecologista primeiro e já agora pergunta-lhe acerca dos anti-inflamatórios que, tomados três dias antes do dia D, reduzem as dores. Só ele pode receitar-te os medicamentos adequados ao teu caso. Esta é uma máxima que não podes esquecer nunca. No entanto, nem todas as raparigas têm menstruações dolorosas. Há as que não sentem nada quando o período aparece. Porquê? Essa é uma boa pergunta para a qual não existe resposta. A realidade é que existe uma substância (prostaglandina) que faz com que o período saia cá para fora. O útero contrai-se, daí a dor, e em seguida expulsa o sangue. Cada rapariga deita mais ou menos dessa substância, o que faz com que tenha mais ou menos dores.

O que deves saber acerca do período

Dismenorreia é o nome que se dá quando uma rapariga sofre de um período doloroso. Mas existe a denominada primária, que não é das piores. Suporta-se bem. Também há o reverso da medalha, que se chama dismenorreia secundária e é daqueles períodos mesmo chatos e que nos deixam com os olhos em bico. A Tensão Pré-Menstrual (TPM) está relacionada com uma série de sintomas que variam de rapariga para rapariga e que podem incluir: dores de cabeça, alergias, dificuldades de concentração, impaciência e perda fácil da calma, gestos desajeitados, depressão, tendência para chorar, entre outros. A Síndroma Pré-Menstrual (SPM) foi considerada durante algum tempo como um problema psicológico. Hoje, os médicos relacionam-a com as hormonas. Os seus sintomas são: dores de cabeça, inércia, depressão, aumento de peso, insónia, corpo inchado, seios flácidos e cansaço. Mas estes sintomas variam de rapariga para rapariga. E existe ainda a amenorreia, que é a ausência completa de períodos menstruais. Uma coisa é um mês o período não aparecer, o que é normal. Outra, é ele não aparecer nunca. Neste caso deves consultar um médico. Existem raparigas que não são menstruadas aos 14 anos e muitos especialistas não interferem até aos dezassete, altura em que já é necessária a intervenção do médico.

Faz as contas

A melhor maneira de controlares o teu período é fazendo as contas. Convém saber de quanto tempo é o teu ciclo. O intervalo de uma menstruação a outra pode ser de 22 a 35 dias. Em média, o período costuma durar entre três a sete dias. Então, para saberes bem a quantas andas, experimenta este método: quando aparecer o período faz um círculo, no calendário, à volta do dia em que ele veio, depois é só contares quantos dias demoraste para ficar menstruada outra vez. É claro que vão existir atrasos, adiantamentos e, como já te explicámos mais acima, talvez nem apareça. Aliás é muito comum existir um mês onde o período não aparece. Não fiques assustada se isso acontecer – caso não tenhas tido relações sexuais, claro.

Proibido não usar

Andar com um penso ou tampão na mochila evita alguns embaraços. E julgamos que não é necessário explicar-te quais são. Já sabes: “aquelas coisas que não têm dia nem hora”. Por isso, usa e abusa. Não passes sem eles.

Por onde começar

Existem, no mercado, várias propostas. Finos, grossos, com ou sem abas, pequenos, compridos…

• Com abas: protegem a cueca lateralmente e evitam que o sangue se espalhe;
• Sem abas ou tradicionais: têm formato rectangular e as camadas de algodão ajudam a absorver um fluxo normal;
• Grandes: para as que têm muito fluxo. São também úteis para a noite;
• Pequenos: têm um formato mais reduzido que os outros, porque são para usar todos os dias. Por isso, têm, também, uma camada muito fina. Ajudam a sentires-te confortável;
• Anatómicos: têm uma forma diferente dos anteriores, para que se ajuste ao teu corpo, e são pouco maiores do que os tradicionais. Ideais para desportistas;

Tampões: os 4 mandamentos

1. O tampão não tira a virgindade (não consegue romper o hímen). Mas, se ainda és virgem, usa um tamanho reduzido;
2. Os que têm aplicador são os melhores se ainda não tens muita experiência. É mais fácil colocar o tampão bem no sítio;
3. Três opções: médio, grosso e fino. O 1º é aconselhável para as que têm um luxo normal e pode ser usado diariamente. O 2º é melhor usar nos dias de maior fluxo. E o 3º é já para os últimos dias;
4. O tampão deve ser mudado, pelo menos, cada 6/8 horas, mesmo quando o fluxo é ligeiro, para evitar a infecção. Lava bem as mãos antes e depois de colocares o tampão. E relaxa na altura da aplicação.